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domingo, 11 de outubro de 2009

NORUEGA 1814-1905

História
1814-1905
Nos anos imediatamente após 1814, o estado recentemente criado lutou repetidas vezes pela sua existência. A Noruega foi atingida pela pior depressão económica que já experienciara. O mercado comum com a Dinamarca foi dissolvido e o Mercado britânico encerrou-se à maneira norueguesa. As minas e serrações perderam dinheiro estrangeiro. Muitos dos cidadãos de classe média mais abonada no sudeste da Noruega foram à falência. A crise foi difícil e longa.
A partir dos anos tinta do século XIX, a Noruega gozou de um período de flutuabilidade económica, que alimentou as exigências para um comércio e leis alfandegárias mais livres. Os direitos comerciais expandiram-se e as tarifas alfandegárias receberam uma parcialidade para o comércio livre. Também de outras formas, a Noruega começou a participar nos desenvolvimentos gerais na Europa. A primeira linha ferroviária foi construída em 1854, entre Oslo e Eidsvoll. Foram erigidas linhas telegráficas. Foram introduzidos métodos de gestão novos na agricultura.
A base da indústria moderna na Noruega foi estabelecida nos anos quarenta do século XIX, com a criação das primeiras fábricas têxteis e oficinas de engenharia. Entre 1850 e 1880, o tamanho da marinha mercante norueguesa aumentou extraordinariamente.
Ao desenvolvimento económico seguiu-se um conflito fe classes intensificado. As reivindicações por reforma democrática tornaram-se cada vez mais visíveis.
No Storting, o antagonismo surgiu gradualmente entre os representantes dos oficiais de patente mais elevada que serviam a administração e os delegados dos agricultores e dos radicais. Os agricultores estavam em maioria já em 1833. Em 1859, a primeira tentativa de criação de uma organização partidária foi mal sucedida, mas dez anos depois foi constituído o primeiro bloco liberal. O primeiro partido politico norueguês, o Partido Liberal radical foi criado em 1884 e o seu opositor político, o Partido Conservador, foi fundado alguns meses mais tarde.
O ressentimento em relação à monarquia sueca depressa se tornou notado no seio da união, também deveras pelo facto de a política externa ser dirigida totalmente a partir de Estocolmo. Já em 1827, o Storting apresentou um pedido ao Rei para que o primeiro-ministro norueguês fosse autorizado a participar em questões de ordem diplomática. Avançou-se com outras propostas, tais como uma bandeira de navegação especial para a Noruega, com vista à promoção da igualdade da parte norueguesa na união.
A luta de efectivamente grande peso contra a monarquia sueca estava, contudo, ligada à introdução do parlamentarismo, o princípio constitucional de que um governo tem obrigatoriamente de ter o apoio do parlamento para continuar no poder. Como condição para o referido efeito, o Storting aprovou emendas à Constituição em 1874, 1879 e 1880, dando acesso às sessões do Storting aos ministros da coroa. Em todas estas ocasiões, o Rei recusou-se a aprovar a proposta.
Este facto trouxe à tona a questão de as emendas constitucionais precisarem efectivamente ou não do consentimento tanto do Rei, como do Storting. O governo e os representantes do Partido Conservador afirmavam que sim. No entanto, os liberais estavam determinados a resolver a questão através de um processo de destituição. Depois de uma campanha eleitoral em 1882, os liberais conseguiram eleger 82 representantes para o Storting, em contraste com os 32 eleitos pelos conservadores. O governo do Primeiro-Ministro Selmer foi destituído e, em 1884, condenado a uma parcial perda de pasta, fundamentalmente por ter aconselhado o Rei a não aprovar as emendas à Constituição. Após um período de governo conservador interino, o Rei não teve outra opção que não pedir ao líder do Partido Liberal, Johan Sverdrup, para aceitar o lugar de primeiro-ministro. O Parlamentarismo por fim conseguiu impor-se na Noruega.
Para o fim do século, os confrontos sobre a questão da união acentuaram-se. Uma exigência sueca de que o ministro dos negócios estrangeiros fosse dessa nacionalidade e a exigência norueguesa relativamente à instituição dos seus próprios consulados provocaram desentendimentos amargos. As tropas suecas impediram os noruegueses de obter o que pretendiam. Em troca, os noruegueses passaram os últimos anos do século a desenvolver o seu poder militar.
No final foi a questão dos consulados que despoletou o conflito final entre os dois países. A 11 de Março de 1905, o governo do Primeiro-Ministro Michelsen foi constituído para pressionar relativamente à questão consular enquanto acção unilateral por parte da Noruega. A 7 de Junho, o governo depositou o poder que detinha nas mãos do Storting. Este último, porém, pediu ao governo que continuasse temporariamente no poder, de acordo com a Constituição e a actual lei «com as alterações necessarias à luz do facto de o monarca ter deixado de exercer a função de Rei da Noruega, levando, desse modo, a um fim a união entre a Noruega e a Suécia sob um único soberano».
A Suécia exigiu negociações relativamente às condições de uma dissolução da união, assim como um plebiscito que clarificasse se a nação como um todo estava de acordo com esta mudança. O plebiscito ocorreu em Agosto de 1905. Um total de 368 392 noruegueses votaram a favor do fim da união, tendo apenas 184 dado uma resposta negativa à questão.
Realizaram-se mais negociações com a Suécia em Karlstad nos meses de Agosto e Setembro, tendo estas chegado a um resultado positivo com a elaboração de um acordo de dissolução pacífica da união.

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