Páginas

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

POESIA CHINESA

Poesia


Servindo-se basicamente da associação de idéias e das sugestões daí resultantes, o idioma chinês possui um “mecanismo” poético. A própria língua falada – cujas palavras geralmente possuem uma só sílaba – baseia-se no principio da combinação dessas sílabas para formar palavras compostas, que associam idéias, como acontece com os ideogramas da língua escrita.

A poesia, primeira manifestação literária em língua chinesa, já existia quando ainda não havia língua escrita: os poetas juntavam palavras, preocupando-se com o som resultante e com as sugestões criadas pela combinação de idéias. Esses poemas eram transmitidos oralmente, de geração em geração, até que se inventou a escrita e então foram registrados em papel ou seda.

Os mais antigos documentos literários chineses datam do segundo milênio antes de Cristo e são uma coletânea de poemas populares transmitidos pela tradição. Os livros mais importantes compostos nos muitos séculos anteriores à era cristã foram reunidos em treze volumes, chamados Treze Clássicos.

Nessas obras, que agrupam composições de vários autores, encontram-se poemas que tratam de fatos históricos, filosofia, adivinhação, tradições religiosas, ritos e cerimônias fúnebres, alem de temas como guerra, amor, dança, felicidade, miséria do povo, vícios e virtudes dos imperadores.

Dentre os autores e compiladores dos Treze Clássicos destacam-se os filósofos Confúcio e Lao-tsé, ambos, do século V a.C.

Confúcio escreveu poemas líricos e comentou a política de sua época. Desprezando as questões religiosas, preocupou-se basicamente com a analise dos fatos concretos da vida, da fragilidade dos homens e do passar do tempo, que os submete à velhice e à morte.

Lao-tsé ocupando-se de temas religiosos, foi ele o fundador da religião toísta, baseada na idéia de que a origem do mundo seria o Tao, coisa inexplicável que criou os deuses, o mundo e o homem.

Desde sua origem, a literatura e outras atividades eram produzidas, na China, pelas classes senhoriais. Os artistas e sábios eram nobres que viviam sob a proteção dos nobres ou imperadores. O povo não conhecia a língua escrita, cujo o aprendizado levava anos: o intelectual precisava gravar na memória dezenas de milhares ideogramas e aprender traçá-los corretamente, segundo normas precisas. Muitos homens passavam anos aperfeiçoando a escrita ideográfica e se tornavam professores de caligrafia, ensinando como deveriam ser pintados os sinais. Nos textos, era muito importante o desenho perfeito e a beleza dos traços.

Nenhum comentário:

Postar um comentário